A minha reconstrução do real é meia rídicula. E inútil também.
Às vezes penso o que seriam as conversas das pessoas se não houvesse o filtro 'consciência'. Se tudo passasse. E se mesmo assim conseguiriamos considerá-las da mesma maneira. É provável que não. É quase certo que não. Recalcamos tanta merda que quando nos apercebemos o nosso inconsciente já cheira mal. Fica tanta coisa por dizer. Ás vezes, quando não tenho coragem de dizer certas coisas, gostava que me fizessem um assalto à alma. Assim ficaria tudo a descoberto sem ter havido intenção da minha parte de revelar o que quer que fosse. Outras vezes mais vale não se saber o que os outros pensam. Deve doer pa caraças saber o que os outros pensam.
Ocasionalmente, quando vou na rua, a situação é como que um homólogo mental da situação dum sonho. É como se, se eu acordasse a qualquer momento não me faria qualquer tipo de confusão. O real não é uma cena tão segura como isso.
Às vezes quero ir embora.